quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Pause



Parei para organizar a mobília dentro da cabeça

Arrastei os móveis

Enrolei o tapete

E dancei...


Abri as janelas

Pus a roupa pra secar

Limpei as gavetas

Botei água para esquentar


Fiz uma sopa

De ânimo, coragem e amor

Para espantar o frio

E curar a dor


por Bárbara Rodrigues

28.08.08

sábado, 9 de agosto de 2008

O Escafandro e a Borboleta



De repente, a vida agitada de um jornalista famoso para quase que completamente. Após sofrer um derrame, ele fica com o corpo todo paralisado, exceto pelo seu olho esquerdo, que passa a ser sua única forma de comunicar-se com o mundo, através do simples gesto de piscar. Essa é a história do filme “O Escafandro e a Borboleta”, baseado na vida de Jean-Dominique Bauby (Mathieu Amalric), contida em seu livro homônimo.
A partir do momento em que se vê encarcerado em seu próprio corpo - que passou a chamar de escafandro, o jornalista aprende, aos poucos, a fazer da única coisa que lhe restou sua fonte de sobrevivência: a própria imaginação.
A história de Bauby é contada de modo não-linear através de lembranças de sua vida de antes, durante e depois do acidente. O interessante é que várias cenas do depois foram filmadas como se estivéssemos dentro do corpo-escafandro do ex-jornalista, enxergando como ele, ouvindo seus pensamentos e vivendo suas dificuldades. O limite quase total de suas capacidades físicas fez a maioria de suas lembranças serem sobre coisas simples da vida, como em uma das cenas em que ele faz a barba do pai e os dois têm uma conversa que a distância havia tornado escassa.
Apesar de Escafandro tratar de um tema tão próximo da morte, há muito tempo um filme não me inspirava tanto, não me dava um banho de vida como esse o fez. Acho que foi a fantástica maneira como o diretor Julian Schnabel ( de Antes do Anoitecer, com Javuer Bardem) tratou o tema que me tocou. Poderia ser um filme dramático, como tantos outros que existem sobre o mesmo assunto, mas Schnabel , o roteirista Ronald Harwood e Mathieu Amalric conseguiram captar toda a sensibilidade, a beleza, a inteligência , sarcasmo e bom-humor da mente de Bauby, contidas no livro, e trazê-las para as telas.