sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
a semente
A vida é muito mais do que a rotina sistemática em que vivemos. É abundante nos mais remotos detalhes que nem mesmo percebemos, como o bater de asas de uma borboleta.
A vida vai muito mais além do nosso círculo de amizades, das fronteiras do nosso país,
do muro de nossa casa. Há mais vida e mais chão do que podemos imaginar, dentro de nós mesmos.
Em uma semente cabem todas as informações que originam uma árvore ou uma flor, mas se não houver sol ou chuva suficientes essas informações não se concretizarão da melhor forma.Assim é com o homem também. Desenvolvemos como sementes fecundadas no solo do ventre de nossas mães. Entretanto, sem a chuva que são as dificuldades e desafios, e o sol, que representa o amor e as alegrias, não crescemos, ou crescemos mal.
Sabemos muito mais do que sabemos, só não sabemos disso.
Podemos muito mais também, porém a maioria de nós não sabe ou não acredita.
Que em 2009 possamos acreditar mais em nós mesmos, descobir mais sobre nossas capacidades e usá-las para o bem, em prol de um mundo que possa cada vez mais receber e fecundar sementes de belas árvores, lindas flores, saudáveis frutos.
Bárbara Rodrigues
Original da imagem: http://blografa.zip.net/images/semente.jpg
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Devaneios do Despertar
Vontade de mergulhar
Morar num castelo de areia
Cantando e vivendo de mar
Vontade de ser atriz
Causar o choro e o riso
Levar magia às multidões
Pintar a magia dos dons
Vontade de ser cantora
Soltar a voz do fundo da alma
Fazer da voz uma arma
Que atire paz e doçura
Vontade de ser pássaro
Morar nas árvores,voar
Ter a liberdade na lida
E o vento como guia
Tecer ninhos de amor...
Vontade de ser mais
Vontade de abraçar o mundo
Vontade de ser mais eu
Olhar para dentro e mergulhar fundo
Ir além da superfície
Que o espelho mostra
(e que o ego gosta)
Vontade de ser mais leve que o ar
Vontade de flutuar
nas águas da vida
Vontade de pisar mais firme
e seguir pela estrada
carregando o necessário
passo a passo sem cansar
por Bárbara Rodrigues
14.08.2008
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Na Natureza Selvagem
O filme respondeu de um jeito...nos resta encontrar o nosso.
"Oh, it's a mystery to me
We have a greed with which we have agreed
And you think you have to want more than you need
Until you have it all you won't be free
Society, you're a crazy breed
Hope you're not lonely without me...
When you want more than you have
You think you need...
And when you think more than you want
Your thoughts begin to bleed
I think I need to find a bigger place
Because when you have more than you think
You need more space"(Society - Jerry Hannan)
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
Pause
sábado, 9 de agosto de 2008
O Escafandro e a Borboleta
sábado, 5 de julho de 2008
Louco é quem me diz parte II : A Arte da Loucura
A crise institucional da Divisão de Saúde Mental (DINSAM) dos anos 60 fez com que hoje os movimentos para substituir os manicômios por centros de convivência se concretizassem, deslocando o doente mental de um ambiente angustiante para um espaço de abertura para criação, para a Arte, para o trabalho, por meio dos quais vão expressando e escoando seus conflitos, superando traumas, recuperando a auto-estima, desenvolvendo o auto-conhecimento e aos poucos reconquistando uma identidade, um lugar.
Foi o primeiro ano de um evento que representou uma conquista para todos os funcionários, psicólogos e, principalmente, para os portadores de sofrimento mental, que, ao longo dos anos, vêem lutando para vencer o preconceito que ainda os impede de serem aceitos tanto no âmbito da cultura quanto na sociedade. Para muita gente, louco ainda é uma figura medonha, que merece viver isolado num quarto escuro. Mas as pessoas que têm essa opinião ainda não pararam para pensar que a linha entre a loucura e a sanidade é absurdamente tênue. Prova disto é que muitos usuários diagnosticados com esquizofrenia acreditam sofrerem apenas de uma “depressão profunda” , que na verdade foi a causa do desenvolvimento da doença. Por sua vez, sabemos que decepções, frustrações e perdas, por exemplo, levam a depressão, e aí é que está: eu e você estamos sujeitos a tais causas a todo tempo, ou seja, vivemos à beira da loucura.
É preciso perceber que o que nos separa de um esquizofrênico é apenas a capacidade de sair de determinadas situações que nós ainda possuímos e que eles, por diversos motivos, a perderam, ou no momento de desespero se apoiaram em pessoas ou substâncias não confiáveis. A arte na vida destas pessoas é a tábua de salvação que eles precisaram naquele momento em que o barco furou, e que ainda precisam, para reconstruir uma nova embarcação e remarem por contra própria. E confesso: para mim a arte representa a mesma coisa, quando não quero afogar em mágoas, quando me sinto sufocada pelos meus próprios fantasmas e pela hipocrisia que assola este nosso mundo “louco”.
por Bárbara Rodrigues
fotos: Tom Zé - Trem Tan Tan
>Confira o trabalho do Trem Tan Tan: http://www.myspace.com/tremtantan
e o vídeo de Tom Zé, na Mostra, confundindo para esclarecer:
http://br.youtube.com/watch?v=xtgPds4xSfs
terça-feira, 24 de junho de 2008
Cênico Amor
Ele me inspira,
Me deixa nervosa e depois me alivia,
Me massageia o ego,
Me dá prazer e alegria,
Me deixa de pernas bambas
de asas abertas,
é minha terapia.
Me faz sorrir,
me faz chorar,
me faz transpirar...
Me faz ser quem eu quiser e muito mais eu mesma.
Me traz mais amor,
mais amigos,
mais arte
é o todo e agora já é a parte,
a parte da minha vida que eu não quero que passe.
Representar no palco a vida
Fazer da vida um palco
Essa é a rotina com meu novo amor: o Teatro!
por Bárbara Rodrigues , Junho/2008
"...Esse teu corpo é um fardo.
É uma grande montanha abafando-te.
Não te deixando sentir o vento livre
Do Infinito.
Quebra o teu corpo
A força livre do ar.
Destrói mais essa prisão de pedra.
Faze-te recesso.
Âmbito.
Espaço.
Amplia-te.
Sê o grande sopro
Que circula... "
- Cecília Meireles
domingo, 22 de junho de 2008
É essa a idéia
quinta-feira, 5 de junho de 2008
Conflitos
Que ao perceber seus atritos
Resolveu enfrentar seus conflitos
Ao bater de frente consigo
Conseguiu encontrar seu mundo
Descobriu,
Que o ser é infinito
Que a vida é um instante
Se faz no presente
E o caminho da gente
É a gente que faz
Então plante paz
Alegria e muito amor
Germine cada semente em seu interior
Cultive a perseverança
E a boa vontade
Nos dias mais fartos
O bom futuro reparte
Pois a parte doada contigo estará
Para reter é preciso se dar
Para se dar é necessário agir
Para agir surpreenda-se com seu transformar
Pois o transformar
Pede para se deixar
Deixar de ser assim ou assado
Ou preferes ficar agarrado?
E o confuso menino
É ser como os outros
E todos os outros
Carregam um poder infinito
por Vinício Queiroz, "irmão das coisas fugidias" =D
imagem emprestada do site:
http://soniacosta10.spaces.live.com/blog
sexta-feira, 30 de maio de 2008
É preciso viver bem
É preciso abrir caminho em meio ao mato alto dos terrenos interiores...
É preciso abrir as asas, para voar através das nuvens que insistem em embaçar o horizonte.
É preciso esquecer o guarda-chuva de vez em quando, deixar a chuva molhar...
É preciso desatar os nós, para que se façam laços.
É preciso munir-se de flores ao invés de armas.
É preciso recuperar e realçar o brilho, polindo-se de dentro para fora.
É preciso esquecer o amargo lembrando de como a vida pode (e deve) ser doce!
É preciso olhar para frente, não mais para trás.
É preciso olhar para fora e enxergar dentro, para dentro e ver ao redor.
É preciso viver bem, bem viver, viver!
por Bárbara Rodrigues,08/2007
Foto: Dani Moreira (detalhe de grafitte em muro, p&b)quarta-feira, 21 de maio de 2008
Uma selva na selva de pedra
Fotos: Bárbara Rodrigues
quinta-feira, 15 de maio de 2008
Memórias em Silêncio
quarta-feira, 14 de maio de 2008
Vestido ao Vento
Mãos em movimento
Descendo a ladeira do meu pensamento
Meus pés tocam a grama fresca
Mergulho na água que reflete o firmamento
Vinda das montanhas
No rio meu coração é embarcação
Com a certeza de que as águas o levarão
A um porto seguro
Futuro e presente
por Bárbara Rodrigues,2004
Foto: Bárbara Rodrigues (fotógrafa e fotografada =)
domingo, 11 de maio de 2008
Tesouros do Baú de Lembranças
Por causa disso, há um tempo atrás criei um baú imaginário.É uma espécie de cápsula do tempo, que é uma lista de coisas que se pudesse guardar pra sempre eu guardaria.Mas prometi pra mim mesma que só vale guardar o que me fez ou me faz feliz.
Aos poucos vou enchendo esse baú.Até agora ele está assim:
Olhar de Art Garfunkel
Rede como canoa na minha imaginação de criança
Voz de James Taylor
Céu rosado e laranja no pôr-do-sol
Barquinho de papel a rodar na pia quando tirava o tampão
Mágico tirando moeda do meu ouvido
Sol forte e vento gelado de Marataízes em julho
Risada da minha vó Tina
Vovô Reali tocando cavaquinho
Vó Marina cantando com uma rosa vermelha na mão
Uma tarde no Parque Guanabara
Primeira bicicleta sem rodinha
Sorrisos de amigos
Abraços de amores
Aquele beijo...
Aquela serenata!
Mousse de cupuaçu
Açaí da Valdelice
Borboleta azul
Cachoeira da Serra do Cipó
Nina pedindo carinho
A sensação de caminhar na areia
O perfume de minha mãe
As palhaçadas de meu pai
Aquele sonho que me fez acordar leve
Manhãs de domingo
...Faça o seu também!...=D
quinta-feira, 8 de maio de 2008
palhaça por um dia
Estou fazendo uma reportagem para o jornal da minha faculdade sobre os malabaristas e demais artistas circenses que se apresentam nas ruas e praças de Belo Horizonte.Pois bem, combinei com alguns deles que são meus colegas do grupo de teatro de acompanhá-los por um dia inteiro de apresentações (dia 26 de abril) para constar o cotidiano destes artistas em minhas anotações para a matéria.
O primeiro destino foi a Praça Marília de Dirceu,onde aconteceu um encontro pela Paz, que reuniu o Projeto Cariúnas – crianças que tocam e cantam maravilhosamente, os alunos do colégio Colibri e a Trupe Gaia, da qual meus amigos fazem parte. A praça se encheu de vida com o colorido de suas roupas, maquiagens de palhaço e malabares e com crianças de todas as idades. Ali mesmo já me encantei e renasceu em mim aquela vontade antiga de fazer aulas de circo. A facilidade com que os artistas manuseavam para lá e para cá, para cima e para baixo bolinhas, arcos e bastões (mais de três de uma vez só!) me fez ficar boquiaberta como as crianças que os assistiam.Ah, virei criança novamente no meio delas!
Depois segui com eles para o bairro Ribeiro de Abreu, onde haveria apresentações em nome da preservação ambiental e principalmente da campanha para salvar o córrego do Onça. E foi só meu amigo virar para mim e me perguntar se eu gostaria de me maquiar também que me rendi: juntei alguns adereços e virei palhaça! Pulei, brinquei com as crianças e com os adultos, dancei, ri, gritei "-Vamos salvar o Onça!", encarnei bem o personagem que ao final do dia percebi que era uma parte de mim mesma que eu não pensava que existia.Que bom que descobri a tempo!
O bloquinho de anotações jornalísticas voltou para casa vazio...
mas meu coração voltou cheio de alegria, e curado de todas as frescuras, com o sorriso que recebi daqueles meninos que apesar dos pés descalços ainda sonham.
E para resumir tudo o que levei comigo desta pequena aventura que deixou gosto de “quero mais”, vou pegar emprestada a frase de um dos meus amigos da Trupe:
"Ao palhaço é permitido o erro. Se todos agissem como o palhaço, sem medo do ridículo, o mundo seria muito melhor”.
Fotos: Bárbara Rodrigues e Adriana Gabriel
Visitem>>>
http://trupegaia.blogspot.com/
quarta-feira, 7 de maio de 2008
louco é quem me diz
Fui convidada por uma amiga para tocar e cantar para os internos da clínica onde ela faz estágio. Entrei com meu violão nas costas e o lugar nem de longe se parecia com o que muitos o apelidam ("hospício" mesmo é a vida do lado de fora, onde pais jogam crianças pela janela e coisa e tal...¬¬) Fui recebida com muito carinho e simpatia, me senti como se estivesse na casa de minha vó, onde minha família costuma se reunir em almoços festivos de domingo. Não vi "louco" algum.Vi crianças que não cresceram e também adultos que nunca puderam ser crianças.Vi ainda gênios presos em corpos defeituosos, vencidos pela idade, e sábios há muito emudecidos pelas pedras do caminho.Vi pessoas como eu e você, com alegrias,tristezas,ganhos,perdas,defeitos,qualidades, gostos,opiniões... com sonhos e ideais que, como acontece comigo e com você, por um motivo ou outro são adiados, até mesmo interrompidos, mas que ainda vibram dentro de nós. E durante aqueles nem 30 minutos que fiquei ali a tocar e cantar, meio improvisadamente e sem saber ao certo se estava sendo compreendida, essas pessoas bateram palmas,cantaram,dançaram, sorriram, como as crianças que um dia foram ou que queriam ter sido, como aquele cantor ou cantora prediletos, se divertindo,usufruindo normalmente do direito de ser feliz, assim como eu e você devemos fazer mais.
"A arte de ser louco é jamais cometer a loucura de ser um sujeito normal." (Raul Seixas)