quarta-feira, 14 de novembro de 2012

A árvore do meu quintal

Desde que me entendo por gente eu sou fascinada pela mangueira do quintal do meu prédio. Por anos ela sustentou muitas crianças em um balanço de pneu e dava tanta manga que até perdia. Já sofreu uma tentativa de “estrangulamento” de um vizinho que se sentiu incomodado com suas folhas que caíam e sujavam o quintal e já resistiu a uma pavimentação do terreiro.

Hoje ela é umas das poucas árvores em meio à selva de prédios do meu bairro e eu me sinto uma pessoa de sorte por poder tê-la e admirá-la, bem da janela do meu quarto. Observando-a todos esses vinte e poucos anos eu percebi que ela já passou por inúmeros outonos e invernos, chuvas torrenciais e sol escaldante, mas suas folhas sempre voltam a nascer, seus galhos sempre voltam a crescer e os passarinhos e rolinhas continuam a utilizá-la como abrigo ou pousada. 

Querida árvore, eu deveria aprender a ser mais assim como você: a passar pelas estações, pelos vendavais, e tirar forças da minha própria raiz, para voltar a florescer e ficar de galhos abertos para receber o sol no tempo certo, a chuva no tempo certo e os passarinhos... sempre.



Foto: Bárbara Rodrigues