terça-feira, 21 de maio de 2013

Passaranfíbia

A terra é firme, mas nela o sol queima a pele, o solo esquenta e queima os pés.
Na água é fresco e tudo flui, mas não dá pra respirar.
E no céu? Lá é mais leve, mas tem que saber voar.
Deixo então o destino escolher qual fio vai puxar.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

From inside

In this world where everybody is playing the game of showing of, sometimes I want to be invisible.
To sing out loud, to dance my way, to be myself for a while, whithout being criticized.
I whish I could make a law requiring people to use their souls from outside, as if they were clothes.

My coats do not heat me up more, they are short.
Suddenly my room is too small to me.
I think I became bigger than me.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Mais sobre o tempo*

Mexendo em caixas de recordações, encontrei uns diários antigos. Na verdade a ideia era fazer uma faxina, exercitar o desapego, porque já não está cabendo tanta recordação no meu quarto, porque eu acredito nessas coisas de fluidez de energia e porque achei uma traça (eca) no meio dos guardados, se deliciando com um recorte de revista já amarelado. Bom, voltando aos diários, finalmente consegui jogar mais da metade fora, mas folheando um deles encontrei um poema sobre o tempo, que eu devo ter escrito com uns 12 ou 13 anos  e resolvi compartilhar:

O tempo, para a criança, é um amigo de infância.
O tempo, para o doente, é esperança.
O tempo, para o idoso, é uma lembrança.
O tempo, para o jovem, é sempre presente.
Mas se o tempo corre para o adulto, a cabeça fica quente.

O tempo da criança passa nas brincadeiras de infância.
Com o tempo, o doente adquire força e esperança.
No tempo, o idoso enterra a lembrança.
O jovem não sabe que seu tempo é um presente.
O adulto corre o tempo, corre do tempo e não o sente.

*Como se vê, gosto de filosofar sobre o tempo. Abaixo, mais postagens sobre o mesmo tema:
Mano velho
É essa a idéia

terça-feira, 12 de março de 2013

100 anos

Não bebo, não fumo, durmo cedo, como verduras, ando a pé, vou de escada, porque quero chegar aos 100. Quero contar histórias para meus tataranetos, nadar nas últimas gotas que sobrarem do mar. Quero ter cabelos brancos e ainda me sentir menina. Quero ver minhas rugas no espelho e lembrar o tanto que chorei e ri ainda mais.Quero ver o mundo falando a mesma língua, a língua do amor. Tem tanta coisa ainda pra eu descobrir e ver dentro e fora de mim! Faltam "só" 75 anos, acho que vou conseguir. Só não sei se o planeta vai.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Ser semente

Eu posso ser uma folha, uma flor, porque sou semente. Cada um de nós nesse mundo, nesse universo, é semente. Um dia eu brotarei e serei árvore. E junto a outras serei floresta. Darei sombra e frutos. Viverei cinquenta, cem, duzentos anos ou mais, até que o vento ou o tempo me derrube. Então as sementes dos meus frutos já terão se espalhado e encontrado outras terras onde brotar, minhas raízes já terão trocado nutrientes com o mais profundo do solo, e assim serei (sou) eterna.

Foto: Bárbara Rodrigues