Hoje ela é umas das poucas
árvores em meio à selva de prédios do meu bairro e eu me sinto uma pessoa de
sorte por poder tê-la e admirá-la, bem da janela do meu quarto. Observando-a
todos esses vinte e poucos anos eu percebi que ela já passou por inúmeros
outonos e invernos, chuvas torrenciais e sol escaldante, mas suas folhas sempre
voltam a nascer, seus galhos sempre voltam a crescer e os passarinhos e
rolinhas continuam a utilizá-la como abrigo ou pousada.
Querida árvore, eu
deveria aprender a ser mais assim como você: a passar pelas estações, pelos
vendavais, e tirar forças da minha própria raiz, para voltar a florescer e
ficar de galhos abertos para receber o sol no tempo certo, a chuva no tempo
certo e os passarinhos... sempre.
Foto: Bárbara Rodrigues